O Coco do Amaro Branco
A
comunidade do Amaro Branco constituída por dois mil habitantes, localizada ao
lado do sítio histórico de Olinda, próxima ao mar realiza a mais de 100 anos, o
Coco do Amaro Branco.
A comunidade em sua maioria é composta por pescadores, ela se reuni no último sábado de cada mês
para realização do Coco que foi tema do documentário “
O Coco, a Roda, o Pnêu e o Farol” de Mariana Brennand
Fortes, ganhador do prêmio “Gilberto Freire” em 2007.
Também
possui 2 Cds, o primeiro “Coco do Amaro Branco” e
o segundo “Coco do Amaro Branco V.II”, sendo
este o registro de artistas que são memória viva da comunidade, como: Ferrugem,
Ana Lúcia e Dédo.
Vídeo do Making of do cd. Volume II
"Amaro Branco-Retratos",
no Museu da Abolição em Recife, de autoria do fotógrafo
Emiliano Dantas que apresentou registros dos brincantes da comunidade.
A comunidade possui o Centro Cultural Coco do Amaro Branco fundado por Isa Melo.
Para maiores informações sobre os mestres e apoiadores da comunidade consulte o blog criado por eles em: www.amarobranco.blogspot.com
“ O Coco, a Roda, o Pnêu e o Farol”
Ana Lúcia
Discípula
da já falecida Dona Jovelina, começou a cantar coco no Amaro Branco aos 17
anos. Lider cultural no bairro, organiza o Pastoril Estrela de Belém e a
procissão do Acorda Povo.
Mestre Dédo
Aprendeu
o coco em casa com os irmãos que animavam rodas de coco no Amaro Branco. Tem a
pesca como ofício e passa em média 20 dias por mês no mar, sua maior fonte de
inspiração.
Ferrugem
Teve como mestre o coquista Mané Farias. É marceneiro e carpinteiro. Assim como Ana Lúcia, também começou nas rodas de coco aos 17 anos. Toca pandeiro e é bom no improviso de versos.
Dona Glorinha
crédito da foto: Emiliano Dantas
A mais antiga coquista do
Amaro Branco é considerada memória viva do coco no bairro. Aprendeu as
primeiras canções com sua mãe, Maria Belém, também coquista de muita tradição.
Montinha Filha de
pescador, também cresceu cantando nas rodas do Amaro Branco. Após uma longa
pausa em virtude de problemas de saúde, voltou ao coco de roda com toda
motivação.
Pombo Roxo Aprendeu
a dancar e cantar coco ainda criança, em casa com seus pais. Tem registrados
mais de 200 cocos de sua autoria. Além de coquista, Pombo Roxo é também
babalorixá.
Lú do Pnêu É
presdiente da organização do Coco do Pnêu, tradição iniciada por seu pai.
Aprendeu o coco com os demais mestres de hoje e é o principal coquista da nova
geração no Amaro Branco.
Beth de Oxum
Percussionista, cresceu no Amaro Branco. Já rodou o Brasil e o mundo tocando
coco, ciranda, afoxé e maracatu. Hoje coordena projetos de pesquisa e
valorização da cultura regional.
crédito da foto: Emiliano Dantas
D. Ritinha da garrafa, única que
mantem a tradição de dançar com a garrafa equilibrada na cabeça. Foto de
Emiliano Dantas.
No dia 29 de
Junho, dia de São Pedro, padroeiro dos pescadores é realizada uma celebração em
homenagem a este santo de devoção da comunidade. A festa inicia com uma procissão a beira-mar e finaliza
com o Coco do Pneu, coordenado há 18 anos por Lú do Pneu, manifestação que foi
e iniciada por Ivo Janoca (seu pai).
Festa do Coco do Pneu
imagem do filme
“ O Coco, a Roda, o Pnêu e o Farol”
Há 25 anos atrás
Ivo Janoca pescou um pneu de avião, na Praia do Janga e o levou para a
comunidade e o instalou debaixo de uma árvore para usar como banco no local
onde os coquistas se reuniam para beber, conversar e fazer o Coco. Tal objeto originou o nome do Coco do Pneu.
Segundo Magdalena Almeida os indivíduos
que realizam o Coco constroem e reconstroem suas memórias sendo estas acontecimentos em movimento qualificando
a tal manifestação como ritual, ela o destaca como:
“o lugar de lembrança e de esquecimento: como lugar de
escolhas e espaço de convivência, onde o encontro da comunidade acontece, dando
lugar à alegria, que parece ser mais do que o dançar ou cantar: é uma
celebração à própria existência”. (P.169 "Samba de Coco é Brincadeira e Arte")
No Coco do Amaro
Branco a comunidade se reuni ritualmente todo o mês e celebra junto com
visitantes e amigos. A cada momento um mestre puxa um Coco e as pessoas se revezam
para tocar os instrumentos que são: ganzá, alfaia e pandeiro. A música alimenta
a dança e faz a sambada durar a noite toda, com inicio às 22h e termino ao
amanhecer do dia. Algumas pessoas da comunidade aproveitam para vender bêbidas
e caldinhos, mas também é possível beber sem pagar em função de um filtro de
barro cheio de cachaça que é disponibilizado pela comunidade.
D. Ritinha equilibra a
garrafa e coquistas.foto de Anísio Silva.
Contatos:
Ana Lúcia
8731-4852 (Eunice mirela)
Isa Melo
(81) 9977-5297
Mariana
Brennand Fortes
(81) 3484-7278
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