quinta-feira, 8 de março de 2012


O Coco do Amaro Branco

A comunidade do Amaro Branco constituída por dois mil habitantes, localizada ao lado do sítio histórico de Olinda, próxima ao mar realiza a mais de 100 anos, o Coco do Amaro Branco. 






A comunidade em sua maioria é composta por pescadores, ela se reuni no último sábado de cada mês para realização do Coco que foi tema do documentário “ O Coco, a Roda, o Pnêu e o Farol” de Mariana Brennand Fortes, ganhador do prêmio “Gilberto Freire” em 2007.



Também possui 2 Cds, o primeiro “Coco do Amaro Branco” e o segundo “Coco do Amaro Branco V.II”, sendo este o registro de artistas que são memória viva da comunidade, como: Ferrugem, Ana Lúcia e Dédo.

                
Vídeo do Making of do cd. Volume II

"Amaro Branco-Retratos", 
no Museu da Abolição em Recife, de autoria do fotógrafo Emiliano Dantas que apresentou registros dos brincantes da comunidade.

A comunidade possui o Centro Cultural Coco do Amaro Branco fundado por Isa Melo.

Para maiores informações sobre os mestres e apoiadores da comunidade consulte o blog criado por eles em: www.amarobranco.blogspot.com




 Abaixo a descrição dos mestre da comunidade e retratos feitos por Celso Perreira Júnior para o filme 
“ O Coco, a Roda, o Pnêu e o Farol”





Ana Lúcia
Discípula da já falecida Dona Jovelina, começou a cantar coco no Amaro Branco aos 17 anos. Lider cultural no bairro, organiza o Pastoril Estrela de Belém e a procissão do Acorda Povo.



Mestre Dédo

Aprendeu o coco em casa com os irmãos que animavam rodas de coco no Amaro Branco. Tem a pesca como ofício e passa em média 20 dias por mês no mar, sua maior fonte de inspiração.





Ferrugem

Teve como mestre o coquista Mané Farias. É marceneiro e carpinteiro. Assim como Ana Lúcia, também começou nas rodas de coco aos 17 anos. Toca pandeiro e é bom no improviso de versos.


Dona Glorinha
crédito da foto: Emiliano Dantas
A mais antiga coquista do Amaro Branco é considerada memória viva do coco no bairro. Aprendeu as primeiras canções com sua mãe, Maria Belém, também coquista de muita tradição.




Montinha Filha de pescador, também cresceu cantando nas rodas do Amaro Branco. Após uma longa pausa em virtude de problemas de saúde, voltou ao coco de roda com toda motivação.

Pombo Roxo Aprendeu a dancar e cantar coco ainda criança, em casa com seus pais. Tem registrados mais de 200 cocos de sua autoria. Além de coquista, Pombo Roxo é também babalorixá.

Lú do Pnêu É presdiente da organização do Coco do Pnêu, tradição iniciada por seu pai. Aprendeu o coco com os demais mestres de hoje e é o principal coquista da nova geração no Amaro Branco.

Beth de Oxum Percussionista, cresceu no Amaro Branco. Já rodou o Brasil e o mundo tocando coco, ciranda, afoxé e maracatu. Hoje coordena projetos de pesquisa e valorização da cultura regional.

crédito da foto: Emiliano Dantas



D. Ritinha da garrafa, única que mantem a tradição de dançar com a garrafa equilibrada na cabeça. Foto de Emiliano Dantas. 




No dia 29 de Junho, dia de São Pedro, padroeiro dos pescadores é realizada uma celebração em homenagem a este santo de devoção da comunidade. A festa  inicia com uma procissão a beira-mar e finaliza com o Coco do Pneu, coordenado há 18 anos por Lú do Pneu, manifestação que foi e iniciada por Ivo Janoca (seu pai). 


Festa do Coco do Pneu


imagem do filme 

“ O Coco, a Roda, o Pnêu e o Farol”


Há 25 anos atrás Ivo Janoca pescou um pneu de avião, na Praia do Janga e o levou para a comunidade e o instalou debaixo de uma árvore para usar como banco no local onde os coquistas se reuniam para beber, conversar e fazer o Coco.  Tal objeto originou o nome do Coco do Pneu.

Segundo Magdalena Almeida os indivíduos que realizam o Coco constroem e reconstroem suas memórias sendo estas acontecimentos em movimento qualificando a tal manifestação como ritual, ela o destaca como:

o lugar de lembrança e de esquecimento: como lugar de escolhas e espaço de convivência, onde o encontro da comunidade acontece, dando lugar à alegria, que parece ser mais do que o dançar ou cantar: é uma celebração à própria existência”. (P.169 "Samba de Coco é Brincadeira e Arte")





No Coco do Amaro Branco a comunidade se reuni ritualmente todo o mês e celebra junto com visitantes e amigos. A cada momento um mestre puxa um Coco e as pessoas se revezam para tocar os instrumentos que são: ganzá, alfaia e pandeiro. A música alimenta a dança e faz a sambada durar a noite toda, com inicio às 22h e termino ao amanhecer do dia. Algumas pessoas da comunidade aproveitam para vender bêbidas e caldinhos, mas também é possível beber sem pagar em função de um filtro de barro cheio de cachaça que é disponibilizado pela  comunidade. 


Sambada de Coco no Amaro Branco, mestra Ana Lúcia canta, 
D. Ritinha equilibra a garrafa e coquistas.foto de Anísio Silva.


Contatos:

Ana Lúcia
8731-4852 (Eunice mirela)

Isa Melo
(81) 9977-5297

Mariana Brennand Fortes
(81) 3484-7278

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